Simples à primeira vista, a troca do óleo é muito mais importante para a vida útil do motor do que muitos imaginam. Uma lubrificação deficiente pode causar desde danos mais simples – como redução de desempenho e aumento do consumo de combustível – até o temido diagnóstico de “motor fundido”, que pode representar até metade do valor do automóvel na hora de conserto.

Lembre-se de sempre troca o filtro de óleo.
Coloque sempre o óleo apropriado para seu veiculo

Com o objetivo de derrubar mitos e esclarecer as principais dúvidas dos motoristas, ouvimos especialistas no assunto para descobrir as melhores dicas para fazer seu óleo (e motor) durar mais.

Qual é o Periodo correto para fazer a troca de óleo?

O tempo para a troca de óleo deve ser reduzido pela metade nos casos de “uso severo”, situação que consta em quase todos os manuais de proprietário. Essa definição aplica-se a motoristas que enfrentam grandes engarrafamentos (com velocidade média inferior a 10 km/h), estradas com muita poeira, barro ou lama, ou quando o veículo roda no máximo 5 km por viagem.

“Minha mãe, Professora, sai de casa, roda 4 km até chegar à escola, fica parada a manhã toda e depois, no fim da tarde, vai para casa, fazendo o percurso inverso. Nesses casos, o motor não atinge a temperatura ideal de trabalho e toda a condensação de água e combustível não queimado vai para o cárter e contamina o óleo, fazendo com que ele tenha a viscosidade reduzida. Isso causa a oxidação e a degradação do lubrificante”, explica especialistas de Lubrificação.

Utilizar a marcha lenta por longos períodos também é considerado um fator crítico para a lubrificação, que se torna mais eficiente quanto mais alta for a rotação do motor, ou seja, quando o motorista conseguir desenvolver uma velocidade constante.

Na prática, porém, nem sempre as concessionárias exigem que o motorista que roda nessas condições mais críticas faça a troca de óleo na metade do prazo previsto, quando o veículo ainda está sob garantia. Nessa situação, o proprietário pode pedir para que seu caso seja incluído no plano de uso severo.

Deve-se usar aditivo no óleo?

A resposta para essa pergunta, como explica Eduardo Polati, diretor da PowerBurst, empresa de tecnologia de fluidos para competição, é “complexa e polêmica e se trata de uma escolha do usuário”. Isso porque, se for usado óleo do mais alto nível API, o aditivo não se faz necessário.

“Em alguns casos, há o aumento da potência em função da redução de atrito promovida por agentes modificadores de fricção contidos nesses aditivos, mas poucos apresentam essa competência”, diz o especialista.

Os fabricantes de óleo, por sua vez, não recomendam aditivos. Segundo eles, já há um pacote de aditivo balanceado no óleo, por isso, o uso de aditivos extras pode até comprometer a vida útil do motor.

O filtro lubrificante precisa ser substituído a cada troca de óleo?

O básico da troca de óleo é fazer a substituição do filtro lubrificante em conjunto
“Trocar óleo e manter o filtro é o mesmo que tomar banho e não trocar de roupa”

“Trocar óleo e manter o filtro é o mesmo que tomar banho e não trocar de roupa”. Apesar de cada veículo ter uma especificação, a recomendação geral é a substituição de óleo e filtro juntos, já que o filtro novo impede a circulação de impurezas no motor.

“Se você comparar a manutenção corretiva com a preventiva, que é substituir o filtro de forma correta, a relação custo-benefício é muito maior. Não trocar o filtro pode comprometer peças que têm um custo elevado se comparadas à economia de economizar no filtro”, afirma Raul Cavalaro, gerente de vendas de reposição da fabricante de filtros Mann.

O óleo sintético é sempre a melhor opção para o motor?

O custo elevado dos óleos sintéticos (em geral com especificação 0W, 5W e 10W) muitas vezes afasta o usuário, que acaba escolhendo lubrificantes minerais. Os sintéticos, no entanto, são apontados pelos especialistas como melhor opção, até mesmo num carro popular, pois trazem benefícios de longo prazo, como partidas mais rápidas, economia de combustível, preservação do motor de arranque e bateria, redução do desgaste e aumento da vida útil do motor.

Vale lembrar que a melhor opção, sempre é o lubrificante original do veiculo, siga sempre as especificações de viscose e aditivação que é o API,indicado no manual do veiculo.

Deve-se trocar apenas na quilometragem indicada no manual?

Em alguns casos, é necessário estar atento também ao tempo de uso, mesmo que o carro percorra pequenas distâncias. “No caso da troca do óleo por tempo e não por quilometragem, normalmente sua contaminação e oxidação já estão elevados. Quanto mais ele se oxida, mais cresce sua viscosidade, aumentando o consumo de combustível, perdendo potência, formando vernizes e aumentando emissões”afirma especialistas.

Em geral, deve-se trocar o óleo após 6 meses de uso, mesmo que esteja abaixo da quilometragem indicada no manual do proprietário.

Podemos completar o nível com óleo de outra marca?

Não há problema, desde que eles sejam de mesma especificação, mas não vale misturar mineral com sintético.

“A mistura de lubrificantes de especificações diferentes, não importando se em níveis de desempenho ou viscosidade, vai alterar essas propriedades.Por exemplo: misturar um 5W40, que é mais fluido na partida a frio do motor, com um 15W40, que é menos fluido na mesma condição, tornará a mistura menos fluida, o que pode significar perda de eficiência, aumento de consumo de combustível e desgaste de motor, motor de partida e bateria”.

Viscosidade e Desempenho.

A especificação do óleo é definida por dois parâmetros: viscosidade e nível de desempenho API. O primeiro determina a fluidez do lubrificante e é formado por dois números. Num óleo 15W40, por exemplo, o 15 representa a viscosidade na partida a frio e o 40 a fluidez a 100 ºC. Quanto maior, mais viscoso, ou seja,mais espesso ele é.

O ideal é que o primeiro número seja o menor possível (para que tenha fluidez quando estiver frio, oferecendo pouca resistência) e o segundo, o mais alto possível (para que seja mais espesso em alta temperatura, protegendo mais o motor).

O nível API indica a formulação de aditivos usados. Os mais comuns são os SJ, SL, SM e SN, sendo o primeiro o que oferece o menor poder de limpeza e proteção do motor e o último, o maior poder. Se o motor do seu carro pede um óleo SJ, você pode usar um de nível superior, como SL ou SM, mas um motor para SM não pode usar um SJ ou SL.

Atualmente chega no mercado de lubrificantes brasileiro o ILSAC e ACEA.

ILSAC é uma especificação para óleos lubrificantes aplicado em veículos de passageiros das montadoras Asiáticas assim como outras já mais conhecidas a Americana API ou a Europeia ACEA, sua sigla significa Comitê Internacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes (ILSAC), é formado por representantes das seguintes entidades: Aliança dos Fabricantes de Automóveis (AAM) e a Associação Japonesa dos Fabricantes de Automóveis (JAMA). O Comitê ILSAC/OIL também tem a presença de representantes do Instituto Americano de Petróleo (API) e do Conselho Americano de Química (ACC), este último representando a indústria de aditivos. Esta especificação ILSAC é sempre apresentada seguida das letras GF e acompanhadas de um número em ordem crescente que determina relação à qualidade.

ACEA (Association des Constructeurs Europeens d’Automobiles – algo como Associação Européia das Montadoras de Automóveis, em português) As especificações ACEA são prefixadas com a letra “A” para motores de veículos de passeio (gasolina/álcool), com um “B“e “C” para veículos leves movidos à diesel (caminhonetes e jipes), e com um “E” para motores à diesel pesados (ônibus e caminhões). Essas letras são seguidas de números (de 1 até no máx 7), que codificam algumas características do óleo (que segue abaixo) e podem vir seguidas do ano em que foi introduzida a alteração. Na tabela no final da página é possível ver a evolução dos óleos de cada tipo de especificação.

Acea A1/B1 – Lubrificante destinado a motores a gasolina e diesel de baixa fricção. São as viscosidades que estão na faixa dos 5W30, 5W20, 0w30… etc.

Acea A2/B2 – Essa classificação foi excluída apartir da edição de 2007 porque pode causar danos aos motores mais novos. Porém poderá ser usado desde que o Manual do Proprietário peça.

Acea A3/B3 – Lubrificante destinado a motores gasolina e diesel de alta performance, para longos intervalos de troca ou como pedir o Manual do Proprietário.

Acea A3/B4 – Também destinado a motores de alta performance, porém superior a B3 diesel.

Acea A5/B5 – O lubrificante com esta aprovação é economizador de combustível, assim como Acea A1/B1, porém com maior capacidade de intervalos de troca. Servem para motores de alto desempenho e sua velocidade é superior aos demais. Este lubrificante pode ser impróprio para alguns tipos de motores. Nestes casos é muito importante que verifiquemos o Manual do Proprietário. Este último apresenta o menor índice de descarga de CO2 no meio ambiente.